O que ninguém te conta sobre a Páscoa

Esse texto pode me fazer perder seguidores.

Mas os que ficarem são os que eu também escolho para caminhar ao meu lado.

Todo mundo sabe que, do ponto de vista cristão, a Páscoa é um período sagrado que celebra a paixão, a morte e a ressurreição de Cristo.

Mas o que ninguém te conta sobre a verdadeira história do Mestre Jesus é que, sem seu complemento divino feminino — Maria Madalena — ele não seria o Cristo.

A paixão representa a entrega, o sofrimento, o padecimento.

É a alma que aceita fazer sua travessia.

Aceita o peso da sua cruz.

Aceita a realidade como ela é.

Aceita ser mal interpretada, julgada.

Perder status, conforto, posição.

Aceita morrer para o mundo para nascer para a Verdade.

A morte representa a transformação.

O fim de um ciclo.

Deixar ir tudo que já não serve.

A ressurreição é o renascimento da consciência.

A libertação do karma.

A reconexão com o Eu Sou.

Mestre Jesus, como o próprio Eu Sou, com sabedoria, honra e amor infinitos, aceita sua missão com humildade.

Passa por toda humilhação e sofrimento agradecido, ancorado na eternidade, sem medo algum das provas da experiência humana.

Encarou a morte como um rito de passagem — assim como o nascimento.

E retornou para nos mostrar o caminho da iluminação, para aqueles que precisavam “ver para crer” na vida eterna, na força do amor que triunfa sobre as dores humanas, e na fé no invisível, onde nós também habitamos.

Crucificado não para pagar por nossos pecados, mas para nos ensinar que não há pecadores — há jornadas de aprendizado.

Sua consciência espiritual elevada não julga, não separa e não castiga.

Sua mensagem foi sobre fraternidade, misericórdia e compaixão, respeitando o ritmo de cada alma.

Ele vive, pois não há morte.

É Criador, pois sempre existiu.

E hoje governa como Cristo Cósmico.

No entanto, foi ela, a Grande Sacerdotisa, que sustentou sua chegada.

Maria Madalena apoiou sua energia.

Com valentia e humildade, também aceitou ser julgada, difamada, silenciada e apagada das escrituras quando a igreja decidiu qual história seria contada.

Ela nunca recebeu o devido reconhecimento por todo o amor e entrega que fez por nós.

Ela caminhou com Jesus em toda sua travessia.

Sofreu sua morte sem sair dos pés da cruz.

Foi guardiã da sua alma.

Quando todos os discípulos fugiram, ela ficou — sustentando o campo energético mesmo com o coração despedaçado.

O Sagrado Feminino não teme a dor, o sofrimento ou a morte.

Ela, junto a outras sacerdotisas, aguardou até que o corpo de Jesus fosse retirado da cruz.

O limpou, preparou para o sepultamento, e ficou na madrugada de domingo — quando ninguém mais ousava ir.

Não tentou consertar a dor.

Ela sentiu. Chorou. E mesmo assim ficou.

Forte. Intuitiva. Presente.

O Feminino Espiritual desperto.

Ela não apenas se permitiu sentir até o fundo para ver a alma renascer.

Ela foi a primeira.

A primeira a perceber que ele havia ressuscitado.

A primeira a falar com ele.

A primeira a anunciar sua ressurreição.

Mestre Jesus e Maria Madalena representam a união do princípio espiritual masculino ativo com o princípio espiritual feminino receptivo.

Não há um sem o outro.

São dois polos da mesma frequência.

Chamas gêmeas.

A personificação da alta hierarquia espiritual.

O princípio da criação.

A história transformou Maria Madalena em prostituta (sem nenhuma evidência bíblica real) para silenciar sua força.

Para calar o feminino numa sociedade patriarcal.

Porque ela tinha intimidade com Cristo.

Ela compreendia sua linguagem espiritual.

Ela não o acessava com idolatria — mas com consciência.

E esse tipo de mulher — livre, sensível, intuitiva e profunda — até hoje assusta estruturas religiosas e machistas.

Mas ela também vive.

Dentro de cada mulher que vê além da dor.

Que sustenta com presença quando tudo desmorona.

Que escolhe o caminho da alma, não o do medo.

Que confia no que sente, mesmo quando ninguém acredita.

Há uma sacerdotisa esperando para despertar.

O feminino que sente, nutre, acolhe, sustenta e cura pode ter sido oprimido — mas jamais será destruído.

Sem o feminino, simplesmente não há vida.

Toda mulher sangra, ama e transforma.

Sem precisar provar nada a ninguém.

Nós sabemos que o verdadeiro poder vem do amor, da presença e da verdade.

Não buscamos palco, nem validação.

Nossa missão é profundamente silenciosa — e imensamente poderosa.

Mesmo que ninguém veja.

Nós sabemos.

Nós sentimos.

Permita que, nesta Páscoa, o ego disfarçado de medo morra.

Permita-se sentir.

Permita-se chorar, se for necessário.

Permita-se ser intensa e verdadeira.

Permita-se renascer em Cristo.

Ame sem ser submissa.

Cure sem carregar o mundo.

Seja firme quando tudo parecer perdido.

Sustente o peso da sua cruz com aceitação.

Honre a sua ancestralidade feminina.

Retorne à mulher intuitiva, sagrada e autêntica que você é.

Confie sem ver.

Viva a sua verdade — mesmo que ninguém acredite.

Onde há entrega, há renascimento.

E onde o Eu Sou desperta, a luz de Cristo governa.